“Nós, mulheres negras, resistimos para existir, para que todas e todos tenham a garantia de um futuro em que os nossos filhos, irmãos, netos, primos, sobrinhos não passem as dores que a gente passou e que ninguém pise com os pés em nossos pescoços.” (Isabel Silveira)
Nos dias 28 e 30 de julho ocorreram debates organizados pelo NEABI e NEPGS/Campus Osório, em alusão a 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
No dia 28/07 ocorreu uma roda de debate a partir do livro “Pequeno manual antirracista” de autoria da Filósofa Djamila Ribeiro. Vários temas foram abordados no encontro, tais como: o papel da mulher negra na sociedade e os lugares que elas ocupam no mercado de trabalho; o preconceito enfrentado pela população negra em vários espaços da esfera social; a escola como reprodutora de racismo, mas também como espaço de emancipação e reconhecimento da identidade negra.
A fala da aluna Maria Luiza Conceição e muito emblemática “Eu só fui me ver, de fato, 100% como mulher negra, porque eu entrei no IF e conheci outras mulheres da minha idade, e que pude me relacionar e pensar que, se elas estão vivendo isso, é porque eu posso também. Outra coisa que eu converso é sobre a quantidade de professores negros que eu tenho e tive, porque eu não consigo me ver em profissões, por exemplo, porque minha avó era empregada doméstica, e só...quando eu vou me ver na televisão é como alívio cômico ou uma pessoa marginalizada.”
Dia 30/07, a ação intitulada “Trajetórias femininas negras no Litoral Norte do RS” contou com as presenças da Profª Isabel Dos Santos, da Rainha Ginga do Maçambique de Osório Francisca Dias e da integrante do CONIL–Coletivo Negro Indígena – UFRGS Litoral Tamyres Filguera. As convidadas trouxeram temas importantes acerca da população negra, principalmente as mulheres, dentro do contexto do Litoral Norte Gaúcho. Recuperaram uma trajetória histórica e cultural da região e a situaram na contemporaneidade. Ainda, abordaram assuntos como a representatividade das mulheres negras na política, o racismo estrutural, a falta de valorização da cultura negra local e o papel das pessoas brancas para o antirracismo.
A Profª Isabel encerrou o evento com a seguinte mensagem “Nós, mulheres negras, resistimos para existir, para que todas e todos tenham a garantia de um futuro em que os nossos filhos, irmãos, netos, primos, sobrinhos não passem as dores que a gente passou e que ninguém pise com os pés em nossos pescoços.”
A ação contou com participação de estudantes de diversos cursos do campus, servidoras e comunidade externa.
Organização: Núcleos de Ações Afirmativas do Campus Osório, NEABI e NEPGS.
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